Gula capital
Glutão nas intenções, quase explode.
Cambaleia pelo espaço, busca portas Onde há salas com mesas e comida Entra se entrega à fome, à gula. Empanturra de vinho, biscoitos e torresmo Devora pratos de farofa e cachaça Quase regurgita, mas resiste Deglute a larva quente,o vômito ácido. Anda, tropeça e se arrasta esbaforido. Olhos estreitos em uma redoma de toicinho Sempre sonolentos, mas atentos. Mais portas,mais mesas,mais comida. Entra,senta,come, arrota..! O seu suor de alho e queijo goteja Da cara cansada, mas estasiada. Seu corpo rouba o espaço Seu cheiro inunda as narinas Fogem os sensatos envergonhados As portas se fecham Só restam as lixeiras.
Gladyston Costa
Enviado por Gladyston Costa em 24/10/2019
Alterado em 24/10/2019 |