Do beijo e da línguaA língua fez às vezes de nuvem. Faceira, espremeu-se por entre os lábios. E então, escapou num vento de forte desejo. Ali, Sem pressa e sem dono, ousou tocar o céu da boca.
Houve um estrondo gemido no ar e clarões espocaram das entranhas do universo. Num manifesto elixir de energias incontroláveis.
Sim, a língua como nuvem, Foi tocar o céu da outra boca. E numa contenda interminável de paixão, trouxe uma tempestade incandescente.
Que forte ventania veio então! A torcer nos campos cada inflexível eucalipto. Que então, como pelos eriçados na pele, dançaram a dança da poesia. Gladyston Costa
Enviado por Gladyston Costa em 30/11/2021
Alterado em 07/12/2021 |