Sobre a noite e a ciênciaCães enjaulados latem por trás das grades Latido de dor pelo espaço roubado finda a noite Para além do ferro frio perfilado A luz ergue-se do leste e repele o escuro Começa o dia na cidade A monotonia caótica se instala As avenidas vomitam movimento e ruídos A névoa escura de líquidos carbonizados Tinge a pleura de pó preto No despertar de um novo dia O fogo que traz a luz Alimenta a grande cabeça racional A luz corre para oeste Num espaço é infinito O cão se alimenta da ciência Nos fundos de sua jaula Sim, a Terra nunca foi plana e a luz que afugenta a noite Torna o dia belo e também cáustico Nessa trilha, luz e sombra Retroalimantan-se.
Gladyston Costa
Enviado por Gladyston Costa em 13/06/2022
Alterado em 13/06/2022 |