voo de palavras

Infinita poesia

Textos

Fim de expediente

O dia duro reclama paciência

Verão abafado, calor sem clemência

Fim de tarde, em dia de labuta

O ruído de máquina é só o que se escuta

 

Céu escuro, talvez chova, talvez não

Terminou o batente e lá vai Tião

No meio do caos urbano indecifrável

Rotina de trabalho insaciável

 

Pele escura, calejado, sexagenário

Busca no bar, o alívio mais perto

O balcão como altar, o destino certo

A cachaça servida, o antidoto incerto

 

Uma dose pro santo porque se tem fé

À benção jesus, maria e josé

O trago bruto sorvido de pé

A vida é vivida como ela é

 

Hora de ir, o tempo avança

O troco em moedas e pouca esperança

Mais um dia brigado no batente

E as feridas lavadas com água ardente

 

 

Gladyston Costa
Enviado por Gladyston Costa em 13/03/2024


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