Fim de expedienteO dia duro reclama paciência Verão abafado, calor sem clemência Fim de tarde, em dia de labuta O ruído de máquina é só o que se escuta
Céu escuro, talvez chova, talvez não Terminou o batente e lá vai Tião No meio do caos urbano indecifrável Rotina de trabalho insaciável
Pele escura, calejado, sexagenário Busca no bar, o alívio mais perto O balcão como altar, o destino certo A cachaça servida, o antidoto incerto
Uma dose pro santo porque se tem fé À benção jesus, maria e josé O trago bruto sorvido de pé A vida é vivida como ela é
Hora de ir, o tempo avança O troco em moedas e pouca esperança Mais um dia brigado no batente E as feridas lavadas com água ardente
Gladyston Costa
Enviado por Gladyston Costa em 13/03/2024
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