voo de palavras

Infinita poesia

Textos

Madrugada em SP

Sampa, duas da madrugada,verão, janeiro de 25.

Ca estou no beco da insônia.

Ca estou na janela do quarto a inspecionar a noite estatelada.

Lá fora a luz artificial se espraia com suavidade.

Lá fora, nos becos escuros, o medo apavora corpos,mentes e almas.

Do glamour dos bailes de gala ao rastapé na favela, a noite é de todos.

Cada qual no seu quintal.

Cada qual no seu docel

Pois!

Do inferno ao céu,nos becos e avenidas largas,

anjos e demônios perfazem o homem, um imperfeito animal .

Sim , imperfeito animal!

O bicho homem das trevas ou da luz, a depender da hora do dia.

A depender da cédula monetária, do preço das coisas, do existir.

Da missa ao prostibulo, a moeda é uma só!

A consciência ausente de quem é regido pela selva de pedra.

A consciência presente de quem se entrega aos afetos dessa guerra.

A luta entre o ser e o não ser.

Pois, cada qual é o que,sem nunca ter sido, nunca foi!

Da janela, la fora, a cidade cobra demência.

Ton Costa
Enviado por Ton Costa em 29/01/2025
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